(ar)ruína

verte a tinta da pena para o copo meio vazio,
 versos que foram feitos para se partir
 reversos da escrita, a simples mentira de viver,
 segundo a qual passas a crer
 amarrado da vida à arte, qual rasto de humanidade
 não reduzas nem sublimes uma à outra
 todas as hipnoses são iguais.
 tatuar pecados um no outro
 meios de um fim ainda por recomeçar.
 viver-arte. respirar-te.
 o amor mancha a pureza com palavras,
 mostra-me a ruína por detrás das rosas, 
não escrevas a sangue os teus medos, deixa-me sará-los. 
cravos em pistolas disparadas à liberdade.
 sou uma ruína e vou arruinar-te.
 não vou negar a visita às ruínas deixadas em mim.
 dá-me a mão ao pôr-do-sol.
 vamos desbravar cemitérios de chaves,
 dançar em volta daquelas que falharam a abrir corações.

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