Lilith.

o céu é lilás, não há melhor altura para dormir.

uma pistola atira-se a si mesma e é homicidio.
o coração é um gatilho que espera outro para pulsar,
línguas dançam num combate em solo abandonado,
podem ser floretes que degolam pescoços,
e as mãos resultam mar vermelho.

o mal olha-nos nos olhos, sem silhueta nem horizonte,
éramos um corpo, acendemos os nossos cigarros,
acendemos fogos nas nossas mentes.

repito para mim mesmo que tenho a mente feita,
mesmo que tenha a ideia-tu por disparar corpo-fora,
o coração é território de tatuagens cicatrizadas a cuspo e heroína.
as linhas brancas na cozinha não fizeram bolos,
agora a alma de cocaína é a de um só.
a mescalina faz as coisas grandes e pequenas como o coração a bater.

alado, o coração não voa em céu nenhum.

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