rant #givethemdarkness

meus queridos, nós já não precisamos de arrependimento. só de pisar o chão e olhá-lo de cima, nos resquícios da dignidade. ter um final feliz é a grande mitificação. não há karma nem cruzamentos que separem os vários tons da moral. não há amparo para os amaldiçoados, o jogo está viciado. o tabuleiro é o maior toxicodependente de todos, nas suas escolhas ao deus dará. de pequenos contam-nos as historiazinhas que moldam o fora por dentro, reprovas, aprovas, chega o sentido moral, e não será esse o grande anormal? todas as histórias definham na mazela da mentira, construções, metáforas e alegorias. sem efeito. sem efeito. sem efeito. riscam-se as respostas, procuram-se novas perguntas, ultrapassam-se os suspiros incrédulos. esse deus, que deus?, diz que diz?, faz não-faz? há demasiado que oiço recorrer outro mito de condescendência moral: se deus existir, não permite, e recorre há demasiado tempo, há burros velhos demais para aprender línguas. e se as prendêssemos umas às outras, seria a narrativa melhor? alguns nascem na boa vida, outros conseguem-na seja quando for, seja como for. nós perdemos a fama e o amor, e já não nos bastam. estamos à beira da moral e ditamos que não existe bem nem mal. por vezes somos um pouco ditadores. tudo o que temos são ilações, mas chegámos a tempo de pagar o preço de pedir as coisas que só se podem ter na escuridão ao ermo da cidade.

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