frutos de um só trago

outra redondilha para mais um cabelo branco, mais um melodrama que resulta num copo de água, engolido, nunca digerido, tragado, nunca degustado, quero o braço, larguem-me das mãos, quero as duas doses, quero todas as doses, não quero um tratamento demorado, quero em mim todas as curas do mundo, quero curar o ódio do mundo e a ferida é o oceano em que mergulhámos de cabeça à trincheira, conforme caíam os sonhos, conforme caíam as oportunidades desperdiçadas e as idealizações se defraudavam de si mesmas; e é a fraude, a única fraude, a fraude é o que somos, nunca aquilo com que nos importamos, a fraude é o meio e os fins são frutos de um só trago.

não erramos tanto—quando desejamos a vida dos outros?

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