Nadar para Casa.

A queda livre tem de ter um fim
a adrenalina no sangue não é nuclear o suficiente
para deslizar num abismo de algas.
A minha mente fria descongela
para o dilúvio dos meus olhos,
para as nuvens que cobrem a cara
que sempre reconheci minha.

Pareço agir de forma ridícula,
tremo e rio sobre chávenas de chá,
quando lá por dentro sou um mártir fingido,
desejoso por uma alma que se injecte
de todos os litros do coração de heroína;
ansioso por um coração que purifique
cada pedaço da alma alcatroada.

Sou um actor de comiseração
e arrependimento sobre profundezas escuras.
A areia afoga-me em correrias intemporais.
Quero amar-te mas não me podes dar o protagonismo
do teu coração se sou atómico em teu torno.
Nunca aceito o amor, sou sempre um perdedor,
rejeito sempre o pico do iceberg.

Estas últimas ondas colidem sobre o céu,
de um pecador flutuante como eu...
água tão fria, e contudo tão doce,
são os braços do oceano que me dão à luz.

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