Só Pó

Sobrei de não sobrar. Somos um tecido esquisito escondido no esquecimento.
Limpar o pó às lágrimas e jurar para nunca mais: quem é a minha mente?
Eu corro pela minha selva e só oiço tambores a ladrar,
um violino que me achega o perigo e afasta a vontade de amar...
Na minha estranheza sou-me a mim mesmo familiar, mas aos outros?
Afastar para aproximar?  Amar por mentir ou mentir por amar?
Um dia vi-me ao espelho e não te vi a ti,
senti-me livre de toda a merda e preconceito que tinha de mim mesmo...
recentemente vejo-te nas sombras,
vejo-te nos vidros por que passo e sinto-me assombrado.
És a irónica história de um poeta: a verdade dos ideais,
O horror para o sonho que um dia vai acabar:
Tu não és tu, és eu, mas eu não me sinto ser.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Estalactite

Antígona de Gelo

Furacão de Esmeraldas