VIII. No More Flaming Lips in L. A.

Agora vamos dar as mãos para sempre. O destino deixou esta dimensão à parte. Parada. Um tempo vago, um espaço morto. O Recusante, a figura encapuçada, fora apanhado. Está numa gaiola cúbica com um X em cada face. O Disco Externo aproxima-se, vestido de branco: Rá.

Queria que aqui estivesses, no momento em que te apago. Eu? E o que ele te fez? Ele teve tudo o que eu nunca pude ter! Ele abandonou-me ao esquecimento e removeu-te da história! Eu quero e vou substituí-lo.

Tu não vais substituir nada. Nem ninguém. Nem vais existir. Espera... tu não és... Eu sou um fetiche narrativo maior do que imaginas! O teu plano vai ser o teu fim! Eu venci a morte! Temporariamente. Mas porquê? Diz-me! Eu nunca te fiz mal! Lá isso não é bem verdade. Os ecos queimam.

Quem és, afinal? Ser como tu. Um meio-termo. Eu não sou apenas o Disco Externo, eu sei de tudo o que se passou. Venho do décimo-terceiro final feliz onde... bem, eu era outra pessoa. Mas nunca me livrei de mim. Então saltei para esta dimensão, matei o meu outro eu para congelar o tempo. Tu és o autor?

Tira uma caneta do casaco e cobre a cara com o capuz. Pega num livro. E agora vais desaparecer. Não podes fazer isso com um livro qualquer! E ambos sabemos que não é nesta dimensão que ele está. Não. É precisamente este o livro. O outro é falso. Espera! Eu não posso fazer nada. Porque é que estás a fazer isto? Múltiplas agendas. Cada um tem os seus fins. Os vilões no coração são heróis da escuridão. Dito isto, o Recusante desaparece.

Tudo isto foi decidido. Os outros doze vão estar lá. Vamos voltar a ser um só. O tempo corre.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Estalactite

Antígona de Gelo

Furacão de Esmeraldas