Responsabilidade

escorrem pelas montanhas douradas
esmeraldas choradas pelo corpo
esculpido agora e bordado
- de riqueza e prazer.

será que já nos perdemos o suficiente
para ser indistinto
o que nos fizeram do que nos fizémos?
que jóias são estas
e de quem é aquele sangue?
como passa depressa a noite,
a enrolar mais uma mortalha.

as cartas pintam-me as rosas de vermelho
e as maravilhas revelam dúvidas lógicas.
espera até que anunciem o teu nome.
da lua escorre o suor de nos ver falhar,
o sol ilumina a medo o nosso percurso,
(a tapar os olhos, querendo ver o terror)
e os candeeiros são os meus melhores amigos,
quantas vezes não os abracei,
para não terminar a noite
a trocar saliva com o alcatrão?

e monto o trono a fósforos no palácio
projectado nas ruínas dos nossos sonhos.
prestes a ti, prestes à fagulha,
esse pecado original,
que foi dançar na minha tempestade,
a que alumies o nosso equinócio.

então aí tens:
a jogar à macaca em volta das nossas mentiras,
eu posso não ser o melhor mas dou conta de ti.


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