Inicial

 Se eu tivesse de dar nome às cores:
prismas do abismo, diamantes de sangue,
enterrado melodrama, surpresa divina;
Pandemónio das ideias que ficam por acontecer!

Encerra os lábios, não dispares antes de falar.

Por todos os desejos que ficaram por soletrar,
todos os planos que não concretizámos,
todas as quedas dadas que ficaram por sonhar,
tudo que no tempo expira, sem mais brando orgasmo.

Larga os mortos, não os queiras levantar hoje.

Anjos e demónios da frustração dos poetas,
— fartos de inspirar, na antecâmara do canvas — 
ardores de tudo o que não cheguei a fazer,
devolvam-nos à vida, entreguem-nos de volta à luz!

Acorda. Estende a mão. Não desistas.

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