IV. Mnemosine

O Labirinto do País das Maravilhas é impressionante. Não entendo o código. dizes que amas, és o Inverno. Um dia cá, outro lá. Um dia preocupas-te... que jogo injusto. "Bebe-me" diz o frasco, antes que a corrida acabe. Santo Graal. 

Era uma vez um rei que reescreveu a sua história. Reescreveu-a com tudo o que desejava. Pelo menos, assim pensava.

Um dia, o rei apercebe-se que a vingança não bastava. Desesperou. Sentia-se só. Passou os anos à procura de amor e encontrou. Mas apesar de viverem juntos, não acreditava num para sempre. O ar é exactamente o mesmo que respiro. Tu, sejas tu quem fores ou o que fores, ainda aqui estás.
"O porvir é inevitável, preciso, mas pode não acontecer. Deus está à espreita nos intervalos"
- Jorge Luís Borges
"Deus morreu e fomos nós que o matámos."
- Friedrich Nietzsche
Mantinha-se a neblina que o supervisiona. Preocupava-se com os Diamantes Unidos do Caos. Defendia-os, mas nenhum era real. Era preciso esquecer a condição fictícia das dimensões. O rei procurou um antigo ritual do esquecimento. Para esquecer as preocupações e os medos. Para retornar ao estado virginal de simplicidade e limpeza. Assim que tudo desaparecer, vamos estar bem.

Tomou o cálice e bebeu-o. É tarde demais que te apercebes que não sabes escrever o teu final feliz. A dimensão estilhaça.
"Fui eu que o fiz. diz a minha memória. Não posso ter feito isso. Diz o meu orgulho e mantém-se inflexível. Por fim, é a memória que cede."
- Friedrich Nietzsche

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