11. Desabrochar da Foice.

O esquecimento devora e a escuridão floresce.
A Morte dança a reivindicação de mais vidas,
Sentimos os seus pés na tampa do nosso sepulcro,
Arranha-nos a espinha mesmo quando já não sentimos.

O gracioso assassino brinca com veneno,
Assim desabrocha uma foice das rosas.
O delicioso perfume é mais uma miragem,
Droga os sentidos e leva-te ao fim.
Conseguir o que queremos é perder o que adoramos.
A graça de uma dália, um lotus reverenciado,
a solene hora da magnólia e a vingança de um cardo,
A mais pobre flor quebra o mais metálico coração.
O pólen nos pulmões infecta a cristalização,
A vida numa maré de ácidos.
Essência da mais bela flor, um desgraçado desenlace.

Sinto-me a secar quando te vejo,
O meu cabelo, dente-de-leão é soprado,
O resto derrete e escorre para o chão.
O príncipe mais amável para a mais depravada mente.
Eu queria crer que estava possuído,
É tão difícil combater sentimentos.

A minha rosa de cristal foi espezinhada,
Sou a pessoa errada na sala errada,
É esta a verdade por detrás das pétalas,
A eterna decadência da besta.

Sem memórias nem luz, prospera uma nova sombra.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Estalactite

Antígona de Gelo

Furacão de Esmeraldas