II. Crime e Castigo.

Eu não sou herói nenhum, nas memórias de ninguém. Qualquer corrente foi desligada e nem esta manifestação a vai voltar a unir. Não quero que ninguém faça parte da minha colecção de lamentos, mas essa aglomeração de espinhos num coração transborda este aquário.

Rugidos e assombrações partem corações e traições,
Enfrentei o teu povo, demónios e religiões.
Nem oceanos, nem anjos obliteram fogos odiosos,
Sete cruzes às minhas costas e expiro balas,
Acordo espingardeado a cada aurora.
Sonhei com tecidos e sons molhados,
Caminhei como se a morte fosse reversível.
Tal como a minha projecção é um espectro,
Este Reino de Diamantes é uma mentira.
Cada passo espeta-se no calcanhar
Às escuras só reluzem as tuas lágrimas.
A minha dignidade não é sanidade
E essas tinturas mancham bandeiras brancas.
Nem o mais matificante álcool saneou a dor.

No útero de um revolver somos mentiras dadas à luz. Raspamos mas nunca rebentamos a miragem que é o nosso alvo - ele move-se; o centro não existe; nunca vamos acertar. Estamos aqui para berrar, fomos paridos a chorar.


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