diamonds in the rough.

porque é que me escolheram a mim, de todos?
até à luta que eu nunca quis ver, o porquê?

a mágica e força do meu poder, já de si eram demais
"não morras aqui, não criaste a tua própria paz"

um rapaz seguia bestas qual são Jorge ou David.
face aos seus demónios vê-se maravilhado
com um cruzamento, o decisivo cruzamento
seguido agora pelas bestas, demónios e zombies
vê-se em sangue a fugir, suor, fogo e cabedal
sente-se a tensão da luta, o dançar dos mortos,
o caminhar até ao fim, ao pós-vida,
que de início parece ser quase fácil...
ao fundo vê-se a cidade de todo o mal, Pandora
queimada por completo, destruída, abcessa
cidadãos cegos pelas correntes de horror,
sentem-se num país assombrado, mais do que dantes
rompidos, rotos e espalhados, vomitados pelas ruas
quem de antes julgava ser do mal viu abater-se o pior
vê-se surgir o veneno pela manhã, veneno invisível,
veneno viscoso, sujo, nojento, demoníaco até
que não só é veneno como também ácido destrutor
corrói a cidade já destruída, tornando a ruína o vazio
mas o veneno era mais que ácido, mais que invisível,
mais que sujo, nojento e demoníaco, era o Desespero
o Nada tornado real, o Zero personificado
que é a melhor forma que me posso expressar do que vi
mas eu não vi... era invisível e cegante, não vi nada
eu que acabei, desaparecido, na guerra que não houve.

asas negras descentes, sinto seu poder envolver-me
carregam-me qual cruz pesada, para onde nunca cri
vejo sombras aglomerarem-se em meu torno
uma por uma descem lentas, extraindo meus últimos ares

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