fragilidade do meu ser

não, nunca deu para denotar... alguns denotaram e livraram-se directamente de mim após a percepção de tal ciúme na minha alma, sobre tudo, sobre todos, ciúme, não consigo ver nada aproximar-se do que eu considero meu. mas não é por aqui que quero pegar.

não é ciúme a principal causa: sou mimado, eu sou uma pessoa muito mimada, sempre provido do melhor, sempre com capacidade de ter tudo o que quero sem pagar preço algum, e durmo neste mimo constante que me é fornecido pelas "minhas posses", pelos que me são fiéis, próximos, o que me conforta.

e quando acordo? quando me acordam do meu mimo? quando me apercebo que o mundo não está nas minhas mãos e o meu full house não passa dum par. e mesmo esse par é ameaçado. quando acordo fico relutante a tudo e todos, fico com medo de perder mais que já perdi, de acordar mais vezes do sono onde sou infantil com o meu mundo. tal é a fragilidade do meu ser.

sinto-me instável quanto a tudo e não me refugio em lado nenhum pois se o meu santuário onde medos e mentiras se derretem em afago está ameaçado, onde me refugio, então?

onde me refugio se todas as sombrinhas estão a abarrotar de gente, e não há espaço para mim, se a sombrinha que sempre teve um lugar para mim está usada?

e isto porquê? porque tenho ciúme de tudo o que se aproxima, de tudo o que me é desconhecido após tantas apresentações e demonstrações de confiança; porque sinto medo da repetição e do monótono, porque temo a escuridão que é a ausência dos que me iluminam, porque não suporto a treva que me envolve e tento acender nem que seja um fósforo para ver os que antes me iluminaram, porque apesar do ciúme, desejo o bem aos meus, seja como for.


"a minha vaidade tornou-me mimado, o mimo tornou-me ciumento, o ciúme tornou-me renegado. o ciúme é desilusão."

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Estalactite

Antígona de Gelo

Furacão de Esmeraldas