silent dream.

fazes-me querer sentir-me a única última pessoa no mundo.


luzes de néon e roletas, cigarros e poker, bebida e slot machines, tudo o que torna o jogo da sorte um lugar, apenas um lugar onde se fazem apostas, se bebe e há sexo. não há filosofia alguma.

elas dançam e eles cantam e assobiam o rock e os solos das guitarras. o cheiro do ilícito está na atmosfera e estonteia quem o simplesmente inala.

os néctares são venenos para a mente, enlouquecem, e eu... eu deixei de ouvir. deixei de ouvir o que me dizem e deixei de ouvir o que digo. os actos tornam-se abstractas manifestações do que não sinto e dou por mim abraçado a toda a gente a dizer aquilo cuja certeza não existe mas assemelha-se a um ideal recôndito, é o que parece certo... sem explicações, sem nexo, é o que parece certo.

as memórias são o motor deste amor: reminiscências e semelhanças fazem-me gostar de quem gosto por causa de quem perdi... e não por causa de quem joguei fora, semelhanças a isso causar-me-iam aversão e nojo.

nada passa de uma obra de ficção onde já não toco só letras como também escrevo sons.

pelo fim da noite dei-me perdido no obsceno e pecaminoso. ao menos livrei-me de todo o veneno, de todas as ervas daninhas deste sonho silencioso.


eu não sei o que digo, não sei o que faço, só sei o que não sinto.

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