heavy cross.

eu disse-te. eu disse-te. eu disse-te. eu disse-te. eu disse-te. eu disse-te. eu disse-te. 
eu disse-te. eu disse-te. eu disse-te. eu disse-te. eu disse-te. eu disse-te.

the before. the bad. the hate.

tu foste uma cruz pesada de se carregar e agora orgulho-me de poder dizer que a vingança ficou um prato por partir.

 arranjei forma de deitar a cruz por terra e aperceber-me de que dela não precisava para caminhar - assim te deixei.

faço desta mais uma das minhas derradeiras confissões, a tua obsessão a mim -  que nunca a entendi como uma benção.

quem traiu quem? quem matou quem, ao fim, ao cabo? fui eu que enterrei os vivos e os envenenei com a tua toxina.

fui eu quem pegou na tua mão ferida a fim de acabar com a extrema dor, a quem cravaste os dentes por te apoiar.

que nunca gritei o teu nome das lágrimas, ao passo que o teu não sai de debaixo da tua língua, sempre prestes a.

agora dou-te a mentira em verdade, como sempre quiseste ter. que o único obcecado era eu, em ter pena de ti.

ajoelho-me agora, frente a ícones religiosos, por me terem dado tantos conflitos em vida - gosto do pânico e da desordem.

para ti não sigo rigores como dou a perfeição aos outros. não há fim para o teu incessante cogitar sobre mim.

abro os olhos quando oiço o público distante gritar a minha fé. a tua voz decai, tal como a credibilidade que de início tiveste.

ganha no jogo da culpa. liberta-te da culpa que sempre tiveste para me incriminares mas não vou mentir mais para ti.

numa sala vejo os mortos a dançar, celebram dentro de pirâmides e sepulcros - também eles se livram do cuspo que és.

não quero que me ames - quero que te ames. não me importa se me odeias, se te amares. 
quero que as pessoas percebam o quão importante são elas e os outros.

e isto sou eu a criar a vaidade dos outros, porque já encontrei a minha.

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