holy hooker.

"late at night when you're looking to sin, call her up and she'll lay down the law. you can't trust her, she'll lie to your face, but that's not why you gave her a call." 

"I don't speak German but I can if you like" dizia ela. encontrei-a à esquina da igreja, blasfémia das blasfémias - há uma puta à esquina da igreja.

a coragem que nunca tive, de ver as blasfémias como peças de arte. estremeço ao pensar nessa junção. e o que se passou entre nós foi uma possessão, o pior dos demónios mostrou-me que o mais horrendo crime pode ser realizado no mais são sítio.

os estilhaços dos vitrais, amarelos, verdes, vermelhos - envolvem-me o corpo. o sangue escorre e eu só penso "did I make it?" mas o facto é que consegui. a gaja está morta. nua e morta, em cima do altar. o sangue escorre-lhe dos lábios e o maior dos vitrais está-lhe cravado no peito - um estilhaço enorme e vermelho.

a sala expunha ossos em cada parede - aliás... não sei se não seriam os ossos a expor a sala, as paredes eram feitas de macabras caveiras que olham para tudo, as colunas dos mais longos ossos - "how can a mass be given in an awful place like this?" foi o meu último pensamento antes de adormecer.

consta que me perdi, que perdi a mente antes de entender o que fazia, eu lembrei-me de tudo quando a vi, morta. sadomasoquismo, sexo bruto, impurezas - não paguei. ela pegou em tudo, magoou-me como nunca me magoaram na vida - mas soube tão bem. lembro-me de uma vela, não pela cera, mas pelo facto de a ter apagado contra o meu peito, deixando as cinzas e a queimadura lá.

no fim do sexo eu tremia, sentia que tinha sido eu a fazer as coisas mal, senti que fora eu que a magoara. sentia medo, medo de a perder, mas então e porquê? era uma puta! mas eu tinha medo à mesma... pedi-lhe desculpa incessantes vezes. o peito ardia-me cada vez que falava com ela, sentia-me realmente mal. e continuava a pensar que fosse por minha culpa. eu cria que iria justificar os meios, o facto de ela suster comando sobre mim.

fí-la entrar na igreja, aproximar-se do altar e tencionava o cliché dos clichés - a queda do candelabro. tudo correu mal, dei por mim e choquei contra o vitral acima do altar, a cair em cima dela com os estilhaços espetados no meu peito. aparando a minha queda, perdeu a sua vida.

"well, hello..." melhor do que nunca - derradeira blasfémia das blasfémias. onde de antes reflectia o vitral e agora reflectia o brilho da Lua.

morta, fodida e pesada, carreguei-a para cima do altar com as minhas últimas forças (a necrofilia fez-me cravar um dos vitrais para dentro do meu corpo) e assim que a lá pus, caí no chão, sem forças.

e lá fiquei. eu tinha o que queria. e ela já não tinha de viver.

"are you proud of the shame you are?"

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