Incurável Lázaro.

só te quero é bem...


por crer, permitir e aceitar, assim se curou Lázaro, o leproso. milagre ou não, verdade ou não, assim se criou e perdeu um dogma do tempo. um milagre é algo impossível em que cremos, não passa das nossas mentiras realizadas.

assim, o ser humano mente-se e crê no incerto e no místico e espera pela resolução divina de todos os seus problemas.

mas Lázaro não se curou. nem nos vamos curar nós. não há cura para a perdição.

vivemos num mundo de ficção acobardada, refugiados na crença do incerto, no esconderijo do improvável.
cremos que todas as doenças do mundo e das pessoas são milagres por realizar, que não há nada a fazer e nada a temer por existir nas nossas mentes uma balança inexistente.

somos Lázaro, mas leproso. somos Lázaro mas sem cura. somos Lázaro, mas incrédulo.

não está em nós a definição de paraíso... e por este andar não vamos criar um céu na terra.

porquê morrer de uma vida improdutiva se o mundo só melhora em caso contrário? se cada sacrifício recebido com a morte de alguém pode ser um ponto a favor da humanidade mas só se essa pessoa viver por si e morrer por si!

somos os nossos próprios senhores, somos Lázaro e a doença.
somos os nossos próprios milagreiros, somos Lázaro e a cura.
somos os nossos próprios salvadores, somos Lázaro e a crença!

de outra forma, desonramos os nossos antepassados e perdemos o Mar sonhado.


só quero o milagre da feliz sobrevivência.

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